31 de jan. de 2008

AQUELA CANÇÃO...








Aquela Canção...


Era canção
promessas
ancestrais
de longa união.
Foi presságio
um grito de dor
separação...

Ana Wagner

DOMINGO










DOMINGO

Badalo de sinos
deserto
cortinas fechadas
encontro marcado
abortado
cidade vazia
boêmia e vadia
o tempo girando
súbito milagre:
alvorada
saudando outro dia
silêncio eloquente
o apanhador de palavras
silente

Ana Wagner

30 de jan. de 2008

SONHOS MORTOS



















SONHOS MORTOS


Beijo
a vidraça do quarto
divido a lua
debruço-me à sombra.

Coração
outrora poeta,
chora
unhas cravadas no escuro.

A janela abandonada
calam os grilos
na noite morrem
sonhos
na calçada!

Ana Wagner

***

21 de jan. de 2008

AUSÊNCIA










AUSÊNCIA


labaredas no olhar
num delírio de nadas
verde constelação

na madrugada
luar de leite
folhas de prata

agora dia
e o sol ferindo a visada
como um lírio aberto

logo mais, crepúsculo
fechando o cálice murcho
de um jardim deserto

depois a noite
o sonho iluminado
por uma profunda
e solitária estrela.

Ana Wagner

VIOLETAS DOURADAS










VIOLETAS DOURADAS


Plantar violetas
nos olhos do sol
ficar assim, mais bonita
despertar borboletas;
perfumar o lençol,
guardar velhos sonhos;
tirar plumas dos olhos
fechar gavetas
abrir a verdade
no vestido guardado
rasgar quimeras;
outro mar inundou
derradeiras lágrimas.


Ana Wagner

ESTRATAGEMA










ESTRATAGEMA


Segredo
dos segundos
espelho,
água, intuição
testemunho mudo
itinerário da transformação
fogo e cinzas de poesia
traçados no estratagema
das palavras vãs
para criar o tema
sonho

Ana Wagner

20 de jan. de 2008

DUALIDADE










DUALIDADE


Ausência,
mal necessário
grilhões esperam
ser rompidos
vã ilusão
deixando marcas
nos olhos turvos
ardente verão
queimando pele
sufocando flores
dualidade
alma ferida.

Ana Wagner

9 de jan. de 2008

RESPOSTA










RESPOSTA


Onde a saída?
no breu da calçada;
divina esperança,
pássaro trucidado;
inspirado desejo,
jogado no abismo;
brancas nuvens,
prematuras dores
infinito amor,
em ácido queimado;
borboletas coloridas,
incêndio na mata;
você e eu?
responda...

Ana Wagner

ALQUIMIA










ALQUIMIA


Ensina a receita
para apagar esse amor:
um muito de pranto,
um tanto de dor;
estrada sem rumo,
mundo sem cor;
asas quebradas,
sem perfume a flor;
chuva gelada,
sol sem calor;
alma assustada
vida sem sabor.

ANA WAGNER

NOITE AZUL










NOITE AZUL.


No abraço
calma acolhida
necessito
colo sereno
dormir e sonhar;
derrame suavemente
o véu azul do olhar,
ilumina com luz lunar
assim esqueço de vez
o medo de amar.

Ana Wagner.

ILUSÃO











ILUSÃO

Volta
a cotidiana tirana
rasga sonhos
atiça quimeras
ronda em rosas cores
quebra pratos
amacia
acaricia
bate forte
apaga-se
e retorna
ondula afagos
estende as garras
suavemente
ninhos nuvens
ilude, intenta
sedenta de chagas
cinzas doloridas
nunca morre...

Ana Wagner

Ao anônimo leitor!

Gostaria de fazer
um agradecimento
aos inúmeros leitores
anônimos que me visitam
diariamente. São pessoas
de lugares distantes ou
próximos que passam
por aqui diariamente.
Obrigada anônimo leitor!

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