26 de jun. de 2008

FIO PRATA


















Fio Prata

Cabeça inclinada,
lágrimas
tecendo rendas
imaginárias
lançando pontes
rumo ao nada
linhas sedosas
lembram o brilho
dos finos cabelos
olhar se perde
lembranças
saudades....

Ana Wagner

14 de jun. de 2008

DIÁRIO












DIÁRIO

Amanhece...


Cobriu-me um clarão
rompendo quimeras,
injusta verdade
derretendo neve
em ansiosa alma ,
na possível sanidade,
no nada que me pertence.

Fiz castelos de casebres,
românticos filmes,
de rota fotografia.

Em teus lábios deslizei
a alma buscando
a divina palavra
que jamais ouvirei.

Agora tudo que farei
é dançar conforme a música...

Ana Wagner

13 de jun. de 2008

NOITE DE AMOR








NOITE DE AMOR!


Cheiro de estrelas
ondas, janelas
cravo e canela
olhar dormido
lírios florindo
restos de orvalho
pétalas de ilusões
sussurrar de amor
doce e terna
maciez da pele
renasce a luz
abro os olhos
e tudo se repete...

Ana Wagner

12 de jun. de 2008

UM PRESENTE DE WADO




10 de jun. de 2008

PROFANA










PROFANA

Venha fugir comigo.
Se o mar impedir nossos passos,
Prometo que com meu cajado
Separá-lo-ei em dois,
E plantarei em seu fundo,
Com minhas mãos em prece,
Uma rosa rasa
De olhos vermelhos,
De face oposta,
De passos sóbrios,
De gestos lúcidos.

E que não venham
Dizer que tudo isso é loucura.

Mais louco
É quem não reconhece
Uma rosa rala
Plantada no fundo do mar,
Plantada no fundo dos olhos.

Mais louco
É quem não reconhece
Uma rosa rara
De olhos vermelhos.

De olhos vermelhos
De tanto chorar.

(Oswaldo Antônio Begiato)

Jundiaí, em 9 de junho de 2.008.

8 de jun. de 2008

ÚLTIMO VÔO











Último Vôo


Voa passarinho, voa
ao teu rumo distante!
A gaiola não mais te pertence
nunca foi tua, nunca!
Segue buscando
o encanto da lua
jogando nos livros
misteriosas musas
Te vi, te senti,
chorei e sorri
Te amei com ardor
É hora de partir,
em teu vôo final.
É tempo de inverno,
de buscar o calor.
Voa pra onde quiseres...
Leva contigo meu último amor...

Ana Wagner

6 de jun. de 2008

INDOLÊNCIA










INDOLÊNCIA

Indolente vazio
versos
imersos em solidão
viagem ao avesso
regresso
ao fundo do poço;
quantos sonhos para guardar
na clareira barrenta da chuva,
baús empoeirados.
Por que versar,
chorar estreitas letrinhas
imperfeitas entrelinhas,
onde a poesia?
Caminhos obscuros,
brotam espinhos.

Ana Wagner

***

4 de jun. de 2008

NAUFRÁGIO DOS POETAS









Naufrágio dos Poetas


À noite os poetas naufragam
na essência da busca vazia
da poesia presa na garganta
que nem o pranto alivia
inventando nobres fantasias
rabiscando júbilo perene
palpitando em rimas solenes
na trilha do momento seguindo
metafórico destino parindo
com vestes e máscaras de fulgor
vão cantando seu grito de dor

Ana Wagner

2 de jun. de 2008

NOITE BRANCA











Noite Branca

Brancos lençóis
emaranhados
vívidas flores
cambraia
inútil requinte
nada ameniza
hospedeira solidão
o frio eterno
no corpo ardente
sem lágrimas
nem vaidades
abençoado sono
insuficiente
madrugada sem lua
sem amante...

Ana Wagner

Ao anônimo leitor!

Gostaria de fazer
um agradecimento
aos inúmeros leitores
anônimos que me visitam
diariamente. São pessoas
de lugares distantes ou
próximos que passam
por aqui diariamente.
Obrigada anônimo leitor!

Tempo